terça-feira, 15 de janeiro de 2013

NO MEU QUARTO


Fecho a cortina do meu quarto e você não estar, então cai uma noite artificial dentro do ambiente com a sua ausência. Olho pela janela e lá fora talvez o inverno esteja começando ou a primavera esteja com todo furor e eu escondida no meu quarto esperando por você. As flores com suas cores e seus perfumes sempre encantando a primavera. E a chuva e o frio enriquecendo o inverno. Mas aqui dentro sem você é tudo nevoa. Tudo é silêncio. Tudo é tristeza. Sendo assim tudo vira outono. Outono do amor, mas que amor, não sei onde estar. Um outono sem cor e sem vida. Parece mais fim de romance.  Portanto, não quero nada dessa primavera, pois nada tem sentido. Nada ela tem a me oferecer. Não quero sentir o perfume das flores. Não quero embriagar meus olhos nas cores maravilhosa dos anos. Não quero molhar-me na chuva que cai. Não quero sentir o frio que a noite oferece. Quero apenas sentir saudade. Saudade essa que me embriaga que chega a ferir minha alma revolvendo as feridas mais antigas e cicatrizes jamais cicatrizadas. Saudade essa que me desperta as recordações mais adormecidas e jamais esquecidas. Então o que me resta? Nada. Nada mais me resta. Nada mais me anima. Você partiu e com sua partida levou para longe o seu beijo quente e úmido. Levou o seu abraço apertado e carinhoso. Levou o dia claro e perfumado dos seus cabelos. Levou o sol e o brilho dos seus olhos, a pérola rara de suas lágrimas. Levou para longe o encanto do seu sorriso. Apenas me deixou a saudade que ainda habita o meu corpo e meus pensamentos.  Você é o meu dia e o meu sol. A minha noite e a minha lua. O meu infinito e a minha estrela. A minha brisa e o meu ar. Enfim, você é a minha vida e o meu tudo. Você é a razão que faz o meu coração pulsar. Dentro dessa noite artificial que resolvi viver dentro do meu quarto como um grande luar misterioso brilha a luz branca e triste da saudade. Saudade essa que de tão grande não cabe no infinito. Saudade essa que sinto de você. Saudade, simplesmente saudade. A minha saudade de você. Cadê você, não vem?
                 
                                                               Elisângela Oliveira

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